sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Imagem para Viseu

Como sintetizar numa imagem a ideia dum espetáculo? Como contribuir para o pensamento dum espetáculo a partir da composição duma imagem? «Escrever» a partir do acto de respigar. Reconhecer nas coisas o seu princípio e o seu fim.









Aqui agrada-me o acaso de poder ter diante dos olhos uma panorâmica do lado de dentro dum quarteirão duma cidade que não é Lisboa, que não me é portanto tão familiar nas suas configurações e que por isso sugere algo de mais universal, sem deixar de ter este aspecto tão desmascarado. 


Desmascarar...

Depois é a urbe apresentada numa escala ainda humana, a possibilidade ainda duma convivialidade, duma aproximação entre as pessoas, dum certo ambiente rústico na cidade, as texturas, os materiais modestos, a repartição equitativa, uma ordem necessária e proporcional.

A cidade à escala humana...

Também há aqui o eco da revolução industrial, esta densificação e racionalismo, este aquartelamento das famílias.

Revolução industrial, progresso...

E por cima disto tudo, todo o enigma do que já cá está. O peso disso? ou a lição de que a história é um infinito olhar para dentro e que facilmente constatamos que não aprendemos com ela, que cometemos alguns erros, os mesmos sempre, vezes sem conta.

Enigma de nós mesmos...

Decifrar...